Marcadores

elementar - conjugação de terra, água, fogo e ar

elementar - conjugação de terra, água, fogo e ar
Vale da Utopia

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Vida Líquida - Bauman

Em termos muito genéricos, ouso afirmar que vejo em Bauman uma continuação de Benjamin, mas sem o messianismo do "rabino marxista". Crítica sem a dimensão esperança da revolução-redenção é desespero. Eis o que apresenta está espécie de Adorno pop, de leitura e compreensão mais fácil ( e, portanto, de maiores vendas); é moda entre meio intelectuais meio de esquerdas que o citam em todas as áreas. Espécie de auto-ajuda às avessas.

Veja o link do primeiro capítulo:
http://www.livrariacultura.com.br/imagem/capitulo/1859036.pdf

Sinopse- Um compêndio dos efeitos que a atual estrutura social e econômica, com base no que é descartável e efêmero, gera na vida, seja no amor, nos relacionamentos profissionais e afetivos, na segurança pessoal e coletiva, no consumo material e espiritual, no conforto humano e no próprio sentido da existência. Em 'Vida líquida', Zygmunt Bauman volta ao tema da fluidez da existência contemporânea desenvolvido também em outras obras de sucesso do autor - como 'Amor líquido' e 'Modernidade líquida'. Segundo o sociólogo, a 'precificação' generalizada da vida social e a destruição criativa própria do capitalismo suscitam uma condição humana na qual predominam o desapego, a versatilidade em meio à incerteza e a vanguarda constante do eterno recomeço.
Sobre o autor:
BAUMAN, ZYGMUNT - sociólogo polonês, iniciou sua carreira na Universidade de Varsóvia, onde ocupou a cátedra de sociologia geral. Em 1968 emigrou, reconstruindo sua carreira no Canadá, Estados Unidos, Austrália e Grã-Bretanha, onde em 1971 tornou-se professor titular de sociologia da Universidade de Leeds, cargo que ocupou por vinte anos.

Vivências pedagógicas - entre os cadernos de chamada e a vida

Escultura By M.R.
Fotos: by Giovana

GR. é de São Leopoldo e MR, de Porto Alegre. G é mulher, jovem, moradora da periferia, estudante do projovem trabalhador. M é homem, jovem adolescente, estudante do primeiro ano da escola pública. A distância que os separa não é geográfica e eles certamente tem quase nada em comum, a não ser o fato de terem a mesma professora. A professora que não vai esquecê-los.

G conta sua história, emociona-se ao dar-se conta de que hoje está tão bem, numa sala de aula, tem sua casa, seu companheiro, suas coisas. Conta que foi violentada, que viu cenas de violência a vida toda, que usou drogas, que morou na rua, que trabalhou no lixo. E no lixo encontrou tantas coisas jogadas fora que fizeram a alegria dela e da família, coisas úteis e belas, coisas singelas como a caixinha de música. Pergunto-lhe o que mais gostou de encontrar, disse que foi o poema que ela prometeu trazer e ler na próxima aula: "por que as mulheres choram?".
Estudamos direitos humanos e, principalmente, direito do trabalho. Ela se motivou a denunciar a exploração sofrida nos tempos da reciclagem. Conta-me, orgulhosa, que já foi marcada a audiência. Sente-se corajosa hoje e diz às vezes não acreditar que teve o passado que teve. Hoje ela é outra, ainda tem resquícios de tanta dor.

O M. é um talento múltiplo, várias habilidades que às vezes se escondem na sua postura de menino brincalhão. Talvez porque nossas aulas estão aquém de seu potencial e também porque ninguém é perfeito. A professora conheceu-o na sexta série e agora, passados alguns anos, em outra escola, o reencontrou. Poucas aulas teve com sua turma, mas ganhou o ano letivo com a belíssima exposição didática e compentente sobre a mitologia nórdica. Hoje a surpresa, frente a tanta mesmice na escola tradicional, a colega professora de artes propõe um gran finale: uma escultura comestível. A semana toda, enquanto todos nós corrigíamos provas e fechávamos os chatos cadernos de chamada, a professora de artes divertia-se com a galera. Alimento para os olhos e gula, a cada pouco alguem oferecia um doce em forma escultural. Hoje o M. chega com sua cabeça de zumbi, olhos de pirulito estalados, cabelos de fios de ovos, orelhas de biscoito... levanta a tampa da cabeça e eis que um cérebro de chocolate (feito com uma forma de abóbora) recheado com figos turcos e nozes... era um nogento cérebro esculpido com delícias. Ele e a mãe ficaram até as 5h da manhã preparando aquilo que em poucos minutos virou alegria de muitos. Professores largaram seus chatos cadernos de chamada e lambuzaram os dedos como crianças.
M., obrigada por tentar fazer perceber que o processo pedagógico não se resume a burocracia, mas que existem pessoas reais por trás dos números e papéis.
G., obrigada por lembrar que a educação faz sentido, que pode melhorar as vidas, esclarecer, promover mudanças.
Professora de Artes, obrigada por lembrar que existem inteligências múltiplas.

G. e M. - sua professora em comum observa seus distintos mundos, distância de geração, condição e classe social.
Ser professora é estar preparada para o imprevisível da mesma forma que estar preparada para o comum e para o possível?

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Los Abrazos Rotos









Abraços partidos,"vermelho Almodovar".

O exagero não se manifesta só na cor, mas nas melodramáticas histórias de dor, paixão, ciúme e vingança. E na trama que o filme tece fazendo de si seu próprio enredo. Quando estréia Almodovar no cinema, eu me mobilizo. Não há compromisso mais importante que o Guion Center, na Lima e Silva ( a propósito: salve salve o Guion pela programação, embora o preço não seja dos mais acessíveis).

Fico dias, meses, anos com as cenas, cores, histórias e as músicas na retina da memória.




Sinopse Há 14 anos, o cineasta Mateo Blanco (Lluís Homar) sofreu um trágico acidente de carro, no qual perdeu simultaneamente a visão e sua grande paixão, Lena (Penélope Cruz). Sofrendo aparentemente de perda de memória, abandonou sua posição de cineasta e preservou apenas seu lado de escritor, cujo pseudônimo é Harry Caine. Um dia Diego (Tamar Novas), filho de sua antiga e fiel diretora de produção, sofre um acidente, e Harry vai em seu socorro. Quando o jovem indaga Harry sobre seus dias de cineasta, o amargurado homem revela se lembrar de detalhes marcantes de sua vida e do acidente.

domingo, 6 de dezembro de 2009

reflexão

A liquidez dos tempos atuais,
evidenciada por Bauman,
escancarada pela brevidade
dos encontros fortuitos nas madrugadas,
revela a fluidez da realidade contemporânea?

sábado, 5 de dezembro de 2009

A Vitória do trigo

Mais um rascunho de 5/12/2009 - há quase 14 anos. A semana foi corrida, quase um atropelo. Mesmo assim, me enchi de ânimo e disposição: vou para Veranópolis. Não se trata de turismo nem passeio. Trabalho. Aula de Filosofia. No Iterra. Somente quem já trabalhou aqui sabe o quanto é bom, quem ainda não trabalhou, mas conhece, sabe que quer voltar e quem nunca ouviu falar é uma boa oportunidade de conhecer.
A rotina começa cedo. O sinal toca 06h45 da manhã para o café. Logo depois, a mística. Um momento de reflexão, de hino, de memória da luta. Companheirismo era o tema do dia. Aula 7h50. A canção sertaneja, acompanhada pelas vozes em coro: "A luta não acaba aqui."
Lembro de: https://www.youtube.com/watch?v=Z9aVoAmUvLc O dia repleto de aulas e as aulas repletas de música me fazem perceber que o tempo é realmente relativo: não o senti passar.
Era dia de festa no IEJC: formatura de um curso de arte-terapia de um grupo de mulheres em parceira com a pref. municipal, Secretaria Assistência Social.
A casa foi lavada, faxina nas paredes, ambiente limpo, todos de banho tomado, arrumados, prontos para celebrar. Há tempo de adubar, de plantar e de colher. Arranjos pela casa, rosas pelos vasos. Tudo muito bonito, caprichosamente arrumado.
O grupo de mulheres homenageadas mostraram através de suas obras com sementes e folhas secas, em mandalas, velas e anjos, através de seus gestos nas danças circulares, que o resgate do feminino é contato com a essencia mesmo daquilo que nos constitui como bichinhos fêmeas, tão guerreiras e tão sensíveis.
Gesto e música,muita música. Esta turma da comunicação faz muito som. E som comunica com a alma, com brilho nos olhos, os mesmos olhos que úmidos não escondiam a emoção pela celebração das coisas singelas. A simplicidade jorrando beleza.
A secretária de A.Social não se cansava de elogiar o entusiasmo desta galera, comentando que nunca vira pessoas cantando o hino (nacional) com tanta verdade. (isso que ela não viu o outro hino (a internacional - e não se trata do nosso colorado dos pampas, não senhora secretária).
Nem o cansaço da semana marcada por horas a fio de trabalho e estudo tiraram a alegria desta gente humilde, que acredita no coletivo mais do que no individualismo, marchando contra a corrente de um mundo as avessas, escovando a história a contra-pelo como advertira W. Benjamin.
Logo após,um gostoso coquetel com apetitosos quitutes preparados com zelo na padaria da escola pelos educandos. Todos se deliciaram.

REinicio a aula nesta manhã após a mística. Na mesa da educadora, rosas e água, obrigada pela delicadeza . Um pequeno conflito por questão de organização entre a turma, que responsávelmente encaminharam para a reunião de avaliação na noite. Mas, como ensinou padre Ciro aos educandos, que por conseguinte me ensinaram,é preciso respirar, pois o "o ar que eu respiro/só lembro que aspiro/quanto ele me falta". E a gaitinha do Rodrigo sopra um blues no intervalo.

Apresentação de trabalhos, avaliação das aulas, filme. Frida Kahlo.

O tempo de aula de filosofia da etapa encerrou com música "Vitória do trigo" que acabo de descobrir a autoria (Dante Ramon Ledesma):

Não precisa ser herói
Para lutar pela terra
Por que quando a fome dói
Qualquer homem entra em guerra

É preciso ter cuidado
Para evitar essa luta
Pois cada pai é um soldado
Quando é o pão que se disputa

Se somos todos irmãos
Se todos somos amigos
Basta um pedaço de chão
Para a vitória do trigo

Basta um pedaço de terra
Para a semente ser pão
Enquanto a fome faz guerra
A paz espera no chão

O que acabo de relatar são dois dias bem vividos, de trabalho sério e comprometido e divertido, junto a turma de Comunicação, do Instituto Josué de Castro, em Veranópolis, do MST - Movimento de Trabalhadores Rurais Sem Terra.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Rio de Janeiro

Cidade contraste. Tudo é dicotomia aqui. Os arranhas céus de concreto colados as rochas úmidas. As favelas e os bairros nobres. A suntuosidade das construções antigas e o pragmatismo dos prédios contemporâneos. O barulho frenético do trânsito e o barulhinho bom das ondas do mar. Caótica desigualdade, cheiro de mato e de esgoto. Tudo misturado gerando confusão nos 5 sentidos. Tudo tão longe, distâncias homéricas na horizontal e na vertical. Avião, trem, metrô, barcas, ônibus trafegam incansavelmente.
Eu ainda não conheço nada desta cidade que parece mesmo um eterno e caótico janeiro para quem veio daquele frio lá do sul.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

As mãos de meu pai


As tuas mãos tem grossas veias como cordas azuissobre um fundo de manchas já de cor de terra- como são belas as tuas mãospelo quanto lidaram, acariciaram ou fremiram danobre cólera dos justosPorque há nas tuas mãos, meu velho pai, essa beleza que se chama simplesmente vida.E, ao entardecer, quando elas repousam nos braçosda tua cadeira predileta,uma luz parece vir de dentro delas...Virá dessa chama que pouco a pouco, longamente,vieste alimentando na terrível solidão do mundo,como quem junta uns gravetos e tenta acendê-loscontra o vento?Ah! Como os fizeste arder, fulgir, com o milagre dastuas mãos!E é, ainda, a vida que transfigura das tuas mãos nodosas...essa chama de vida – que transcende a própria vida...e que os Anjos, um dia, chamarão de alma.

Mario Quintana

PAI

Assim, de uma hora para outra, tão de repente, você se foi!
Por que assim, tão de repente, de uma hora para outra, tragicamente, você se foi?

Fica esta falta, este lamento de não poder olhar uma vez ainda para imensidão azul dos olhos teus.

Fica o consolo do teu exemplo de fé e luta, leão guerreiro.
Fica o exemplo de tua coragem, do teu excesso de generosidade, da tua insubstituível, solidariedade.
Fica, sobretudo, esta saudade, esta vontade de crer que um dia ainda vamos nos reencontrar.

terça-feira, 7 de abril de 2009

"Quem de dentro de si não sai vai morrer sem amar ninguém"

Vi um filme chamado "Vivendo e Aprendendo". O filme é previsível e bonito, mas uma cena em particular me chamou a atenção.Há um encontro entre o viúvo solitário e a médica (que fora sua ex-aluna, mas ele não lembrava dela assim como nunca sabia o nome dos seus alunos). Ele a convidou para jantar. Sentados na mesa do restaurante, ele fala por 45 minutos. DELE, apenas dele e do seu mundo. Ela conta o tempo no relógio. E, quando ela já não aguenta mais a situação, questiona: você sabe quem eu sou, quem são meus pais, de onde venho? Levanta e sai. Ele fica lá com cara de bobo.
Quantas vezes, as pessoas ficam num monólogo sem fim sobre si mesmo: EU EU EU EU... eu faço, eu sou, eu sei , eu fiz, pronome pessoal e possessivo em primeira pessoa; o meu EU e o MEU MUNDO, os MEUS problemas... e a troca não se estabelece. Quantas vezes, por puro egoísmo e egocentrismo alugamos os ouvidos das pessoas com os nossos problemas e quando as pessoas falam delas, ouvimos e deletamos porque afinal de contas não é nada fácil para quem é ou está egocêntrico se colocar no lugar do outro, percebê-lo.

"quem de dentro de si não sai vai morrer sem amar ninguém". Por que é tão difícil para algumas pessoas sairem de dentro de si? Talvez pelo medo de que não sobre mais nada, pelo receio da impotência de perceber que as outras pessoas podem ter problemas bem maiores do que os seus? Não sei a resposta. Cada um deve encontrar a sua para aprender a respeitar. Respeitar a si e aos outros. E respeito a si próprio é também saber dizer não ao descaso dos outros. Saber que tem coisas que a gente não merece e, portanto, não devemos ser condecendentes demais.

A palavra respeito vem do «lat[im] respectus,ūs, "ação de olhar para trás; consideração, respeito, atenção, conta; asilo, acolhida, refúgio"; f[orma] hist[órica] sXIV respeyto, sXV respeito, sXV rrespecto» (Dicionário Eletrônico Houaiss). Respeito quer dizer, entre outras coisas, «ato ou efeito de respeitar(-se)»; «sentimento que leva alguém a tratar outrem ou alguma coisa com grande atenção, profunda deferência; consideração, reverência»; e «estima ou consideração que se demonstra por alguém ou algo».
Considerar ou estimar alguém é colocar-se no lugar do outro, olhar e ver o outro, percebê-lo e acolhê-lo. E acolher é dar asilo ou possibilitar o refúgio quando este se faz necessário.
Respeito não é promessa, é compromisso ético. Escolha e decisão firmemente implemetada.

Bom, por hoje é só porque "quem fala demais é porque não tem nada a dizer." (Renato Russo)


Ps. obrigada aos que sabem ouvir e trocar. E aos que não sabem: sempre há tempo de aprender.


Vivendo e Aprendendo
Elenco: Sarah Jessica Parker, Dennis Quaid, Thomas Haden Church, Ellen Page, Ashton Holmes.
Direção: Noam Murro
Gênero: Comédia
Duração: --- min.
Distribuidora: Warner Filmes
Estreia: Direto em DVD - Novembro 2008
Sinopse: O filme retrata a relação do professor de inglês viúvo Lawrence Wetherhold (Dennis Quaid) com seus filhos: James (Ashton Holmes) e Vanessa (Ellen Page) Wetherhold. Lawrence, inconformado com a morte de sua esposa, se torna uma pessoa depressiva e amarga, mas encontra em Janet (Sarah Jessica Parker) a possibilidade de um novo amor….

domingo, 15 de fevereiro de 2009

não deixe o samba morrer

O samba tava animado
alguns pra lá de Bagdá
outros do lado de cá
Todo mundo sacudindo
De repente: um estampido.
Corre-corre, sai pra lá!
O samba teve que acabar.
Que palhaçada!
Que ser sem coração!
Quem foi o desnaturado
que acabou
com toda a diversão???

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

leitoras de cartas




O que estaria escrito na carta que ela está lendo?

Quem a enviou?

Um amor ausente, distante?

Um familiar?

Serão notícias ou expressão de sentimentos?

A leitora de Veermer está em pé, a de Matisse, sentada.
Me parece que aquela lê pela primeira vez e essa última, relê e relê. Talvez porque queira perpetuar o momento.

Paixões

Mulher de azul, lendo uma carta (1664)
Johannes Vermeer


Há duas paixões que me constituem e sem elas eu não seria eu: música e letra. Parece nome de filme comercial americano, mas se trata de algo visceral como só as paixões conseguem ser.
A vida sem música seria um erro, escrevera Nietzsche. Sim, um erro crasso. Desde que me lembro por gente, adoro música, decoro letras e para cada situação, me ocorre uma canção. Minha vida é toda feita de trilhas sonoras. Amores, dores, alegrias, descobertas, surpresas, acasos, vivências, amigos, minha filha, livros, guerras, paz, chuva, sol, despedida, dialética... tudo que vejo e vivo, ilustro com canções. Não minhas porque ainda não linkei a paixão pela música com a paixão pela escrita. Mas é algo que possivelmente aconteça naturalmente (nunca é igual se for bem natural se for de coração, diz a canção do Milton).
Escrevo, escrevo e escrevo sempre, em pedacinhos de papel, emails, cartas, bilhetes, relatos de sonhos. Sempre adorei escrever cartas. Escrevia, confesso,até para desconhecidos:
Eu vivo escrevendo cartas
Que nunca vou mandar
Pra amores secretos
Revistas semanais
E deputados federais
(às vezes - Engenheiros do Hawai)
Depois do e-mail, ainda arrisquei idas ao correio (aquela empresa brasileira, tão demodê).
Raríssimo hoje receber carta com envelope e tudo. Tão raro que, quando isso acontece, chega a ser um evento.
E eis que no sábado, distraída estava eu, quando o vizinho vem me entregar um envelope, cheio de haicais adesivados. Que alegria!!! A amiga que mora longe viajou ao Peru e, querendo compartilhar conosco um pouquinho do que vivenciou, enviou-nos uma cartinha e uns badulaques peruanos me encarregando de repassá-los aos amigos em comum.
Lembro-me que há dez anos atrás, quando esta mesma amiga foi morar lá no norte do MT, escrevíamos regularmente longas cartas divagando sobre a existência.
Algo que só poderia ilustrar, mais uma vez, com uma canção.
Ainda guardo velhas cartas numa velha caixa de sapato. Mas o que sempre é novo em mim é o entusiasmo em saber, ao contrário do que postulam alguns, existem paixões que não morrem. Paixões perenes são sonhos acalentados virando realidade. Esquecer destas paixões é matar o sonho.

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

leveza


L

E

V

E

Z

A




"Camarada, viva a vida mais leve
Não deixe que ela escorregue
Que te cause mais dor
(...)
Viva a tua maneira
Não perca a estribeira
Saiba do teu valor"

Camarada D'água
O Teatro Mágico
Composição: Fernando Anitelli / Danilo Souza