O silêncio quer ser silêncio e não consegue.
Silêncio é ausência e repouso.
(um texto inacabado, talvez para me lembrar que sempre é tempo de buscar o silêncio. Tão antiga quanto atual a minha necessidade de silêncio)
Neste ano de 2023, passo uma temporada no Pará. Eita povo animado, povo que dança e seus males espanta. Juro que uma festa de Carimbó (com letra maiúscula)vale por dez sessões de terapias. Alerta - não as substitua, terapia sempre! As guitarradas, o reggae, o tecnomelody, as aparelhagens, tudo isso compõe um universo sonoro incrível. Confesso que a sulista ranzinza que me habita (juro que não sou só isso) às vezes se irritava com as caixas de som no volume máximo em todos os lugares no final de semana e secretamente rotulava esses festeiros como "inimigos do silêncio". Me perdoem amizades paraenses. Confesso, também, que às vezes sinto saudade desta animação toda quando passo nos bares na calçada de Porto Alegre e vejo todo mundo duro, sentado, fumando que nem chaminé. Outro dia, numa festinha, uma amiga paraense me disse ao pé do ouvido enquanto observava a pequena platéia comportada, sentadinha, assistindo um show: se fosse no Pará, ninguém tava desse jeito. Faço as pazes com o barulhos festivos, viva a alegria dos encontros e das celebrações.
Acordei hoje com um caminhão de entrega de algum comércio vizinho vomitando poluição sonora e resíduos de combustíveis fósseis da minha janela. Que saudade dos galos cantando e dos sabiás anunciando cada vez mais cedo - nas madrugadas e nas temporadas - a primavera!/div>
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