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Vale da Utopia

sábado, 12 de dezembro de 2009

Hello, stranger!!


O filme "Closer – perto de mais", inicia com uma cena onde dois estranhos encontram-se em meio ao frenético passo da multidão. Hello, stranger - a primeira frase da bela Alice, personagem da atriz israelense Natalie Portman (foto acima). Por uma distração no encontro, a moça é atropelada. E o estranho a socorre.

O que acontece depois? Bauman (ele de novo), descreve o que acontece "quando estranhos se encontram" (é este mesmo o subtítulo):


Na clássica definição de Richard Sennett, uma cidade é “um assentamento humano em que estranhos tem a chance de se encontrar”. Isso significa que estranhos tem chance de se encontrar em sua condição de estranhos, saindo como estranhos do encontro casual que termina de maneira tão abrupta quando começou. Os estranhos se encontram numa maneira adequada a estranhos; um encontro de estranhos é diferente de encontros de parentes, amigos ou conhecidos – parece , por comparação, um “desencontro”. No encontro de estranhos não há uma retomada a partir do ponto em que o último encontro acabou, nem troca de informações sobre as tentativas, atribulações ou alegrias desse intervalo, em lembranças compartilhadas: nada em que se apoiar ou que sirva de guia para o presente encontro. O encontro de estranhos é um evento sem passado. Freqüentemente é também um evento sem futuro (o esperado é que não tenha futuro), uma história para “não ser continuada”, sem adiamento e sem deixar questões inacabadas para outra ocasião. Como a aranha cujo mundo inteiro está enfeixado na teia que ela tece a partir de seu próprio abdome, o único apoio com que estranhos que se encontram podem contar deverá ser tecido do fio fino e solto de sua aparência, palavras e gestos. No momento do encontro não há espaço para tentativa e erro, nem aprendizado a partir dos erros ou expectativa de outra oportunidade. (BAUMAN, Sigmunt. Modernidade Líquida. Tradução Plínio Dentzien. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2001. Página 111.)

Nem sempre é assim! Seria o filme como um contraponto? Sim e Não.
Sim porque ali os estranhos se encontram e não porque também se desencontram. Sim porque se acham e não porque se perdem. Sim porque se aproximam e não porque se afastam. Sim porque se amam e não porque se ferem, magoam... Tudo isso ao som inicial e final de The Blower's Daughter (Damien Rice).
Eis a sinopse:
Escrito pelo dramaturgo Patrick Marber baseado na sua peça de teatro homônima, o filme encontra em seus quatro atores os tradutores ideais para os dramas criados pelo escritor. Dan (Jude Law, de Alfie) é um escritor de obituários que sonha em ser romancista e se apaixona pela misteriosa Alice (Natalie Portman, de Hora de Voltar). Meses depois ele se envolve com a fotógrafa Anna (Julia Roberts, de Doze Homens e Outro Segredo), e para pregar uma peça arma um encontro com ela e o médico Larry (Clive Owen, de Crupiê - A Vida em Jogo). Mas os dois acabam se apaixonando, para desespero de Dan. Em alguns anos, esse quarteto vai se encontrar, desencontrar, se apaixonar e desapaixonar, deixando marcas e feridas na vida de cada um deles.

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