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elementar - conjugação de terra, água, fogo e ar

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Vale da Utopia

domingo, 21 de dezembro de 2008

Encontro com a sábia vovó


A sábia vovó veio me visitar. Eu fui em sua procura e ela correspondeu aos meus apelos. Cada vez que a encontro, transformo um pouco meu modo de ser. Ela é implacável, não perdoa minhas falhas, mas sempre orienta a direção mais adequada que devo tomar nos (des)caminhos da existência. Na primeira vez que a encontrei, quando a conheci, ela me alertou o quanto minha alimentação estava equivocada. Disse-me também que eu carecia ser mais leve, brincar mais e demonstrar mais meus sentimentos. Não foi fácil admitir o quanto eu era mesquinha e egoísta. Doeu muito. Revirei-me dentro de mim, senti meu corpo dolorido, massacrado pelas escolhas malfadadas. Havia tanta coisa trancada em meu ser e a vovó mandou colocar tudo pra fora.
Vovó faz um cházinho e um afago. E as máscaras vaõ caindo uma a uma, restando simplesmente a essência.
Neste nosso último encontro, vovó me parabenizou: você está lembrando do essencial, minha filha!
Lembrar do essencial é cuidar do que precisa ser cuidado:
1) colocar os pés na terra, afagar a terra e sentir-se parte dela, conectado com aquilo que nos constitui;
2) cuidar do fogo para que não se apague nem se alastre pelas folhas secas caídas no chão. Dançar com as labaredas e celebrar a dádiva da vida. Lembrar que o fogo aquece mas também queima. Fogo exige cautela;
3) deixar as águas fluirem e fluir com elas. A água purifica, hidrata, renova. O choro é correnteza das emoções que existem e precisam ser partilhadas. Chorar é discursar em silêncio;
4) ouvir o vento, sentir o vento. Sorver o ar, saborear o ar. respirar mais e suspirar menos;
5) dar um chega pra lá na ansiedade pois esta vilã do sossego nos tira o prumo, o sono, o bom da vida;
6) brincar como criança, porque ainda somos também crianças. Perceber que cada ser é único e especial. E amá-los sempre como se fosse a primeira e a vez derradeira.
&) E dar amor, e ter amor até não poder mais.

A vovó disse-me que preciso parar de fumar. Eu argumentei que o cigarro é talvez uma forma de eu estar sempre perto do fogo, já que eu amo o fogo. Mas ela não quis saber de minhas desculpas.

Obrigada, vovó!!! Inefável é minha gratidão!
Até a próxima, levo você sempre no coração, na carne, na alma.
Obrigada por me lembrar deus.
(Frida Kahlo - O Abraço Amoroso entre o Universo, a Terra).

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