não discuto
com o destino
o que pintar
eu assino
com o destino
o que pintar
eu assino
Paulo Leminski
Naquela noite de primavera, a lua era um chamado para o desconhecido. Foi sem receio ao encontro do destino que desenharia, gesto por gesto, como uma pintura de Pollock, letra por letra, como um haicai do Leminski, cena por cena, como o filme de Amelie.
Não tinha, ainda, a convicção de que o destino é produto de escolhas.
A única certeza - intuitiva - que tinha: mesmo as escolhas mais racionais são atravessadas pelas imprevisões do acaso.
Não teve medo do fogo, não teve medo da água.
Queimou-se por inteira, prendeu o ar e mergulhou.
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